quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O Coração Delator - Edgar Alan Poe



A finalidade da obra de Edgar Alan Poe sempre foi a sustentação, a estruturação de seus contos maravilhosamente alucinantes. Com ironia e delicadeza peculiares, Poe aborda o universo mental, ou melhor, o universo mental desfocado do mundo real, com suas fobias e criações fantásticas. A mente humana em Poe é um mundo-cenário, palco de neuroses, associações mentais e desfalques psicológicos que são o tempo, o espaço e o enredo. Em “O coração delator”, originalmente chamado “The Tell-Tale Heart”, não é diferente. O autor apresenta-nos um conto esplêndido, com minúcias psicológicas muito bem estruturadas enfatizando o desespero de um homem, causado por um olho doente de um singelo senhor. A doença ocular do velho desperta uma nevrose medonha, dando início a uma trama desesperadora e ao mesmo tempo irônica, em que situações das mais bizarras (todas baseadas nas intrigas mentais do sujeito) colorem um texto curto e suficientemente bem exposto, fazendo-nos perceber dois clímax dentro da história, onde uma situação tétrica causa outra ainda mais ironicamente doente. Um dos melhores contos de Poe, sem receio nenhum de afirmar, “O coração delator” merece várias leituras e análises, pois a temática psicológica é explorada com devida firmeza literária. Não cabe a mim transcrever esse conto aqui, (quero apenas deixar no ar a incitação), mas cabe a qualquer leitor assíduo, o "deleite" desse incrível conto de Edgar Alan Poe.

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